quinta-feira, 14 de abril de 2011

Sonhos construídos com papel

"Dizem que, não importa qual seja a verdade, as pessoas vêem o que querem ver." (Gossip Girl)

Quantas vezes insistimos na ideia de que aquele "não" foi apenas um "depois" ou então um "sim" tímido de quem quer fazer charme. Aprenda uma coisa: a vida não faz charme. Ela não manda indiretas nem te dá voltas, faz o que tem que ser feito e deixa a verdade se confrontar conosco.

E nós insistimos em moldar a verdade como se fosse massinha. Isso porque, é sempre mais fácil ver aquilo que agrada, aquilo que sabemos lidar, aquilo que não machuca. Muitas vezes a verdade está dançando na nossa frente, gritando, tentando chamar atenção de qualquer jeito, e nós simplesmente a interpretamos do jeito que nos interessa, do jeito que mais convém. E então corremos.

 Corremos tentando voltar atrás e fazer diferente, sabendo que não dá pra mudar o que foi feito, mas achando que podemos mudar as consequências. Nem sempre dá. As vezes quando corremos pra trás acabamos dando de cara com o mesmo problema duas vezes. É estranho pensar que o "não" sempre sabe um jeito de nos encontrar, enquanto um "sim" é como uma estrela cadente e só temos uma chance quando aparece.

Corremos ainda, para o trabalho, para os estudos, para as festas...tudo o que nos faz esquecer por algumas horas a verdade que se apresentou mais uma vez. Tentamos criar nossa própria realidade paralela, fechar os olhos para não ver. Novidade: só por que não vemos não significa que não existe. A verdade continua lá parada, esperando-nos parar de correr em círculos e rindo da nossa audácia em querer enganá-la.

Por fim, precisamos aceitar que não importa o quão espertos sejamos nem o quanto podemos adiar um encontro com a verdade. No fim ela sempre se faz presente, faz parte da vida. Depois disso tudo preciso citar Oscar Wilde  "Raramente  a verdade é pura, e nunca é simples." E  pense bem...se a verdade existe desde que o mundo é mundo, ela tem pelo menos uns quatro mil anos. Nós, com sorte, vivemos uns cem. Pense na experiência que ela tem. Ainda acha que pode enganá-la?